Câncer de mama pode ter relação com alimentação dos pais

25 de outubro 2017

Muito se fala sobre a importância da mulher se preparar para uma gestação saudável. No entanto, parece que tal preocupação deve fazer parte dos planos do casal.

Câncer de mama pode ter relação com alimentação dos pais

Planejar uma gravidez consiste em preparar o bolso e o corpo para conceber o “novo morador”, o que inclui optar por uma dieta alimentar mais saudável. Diversas pesquisas consideram a importância de reduzir o consumo de gordura e alimentos com baixo valor nutricional, além de privar-se do consumo de álcool e cigarro.

Um estudo da Universidade de São Paulo contraria a ideia de que somente as mulheres devem se preparar para a gestação. “Precisamos desconstruir o conceito de que o pai tem papel neutro”, diz a bióloga Camile Castilho Fontelles.

Brasileira, a estudante de pós-doutorado da Universidade de Georgetown (EUA), coordenou o estudo para investigar e entender a influência da alimentação dos pais para o planejamento gestacional e possível aparecimento de tumores nos filhos após o nascimento. Até o momento, grande parte das pesquisas na área eram relacionadas à influência das mães, pela interação direta com o feto, tanto na fecundação quanto na lactação.

Para a pesquisa, Camile e sua equipe selecionaram ratos, separando-os por grupos e alterando suas dietas. Para o primeiro grupo, foi oferecida grande quantidade de banha de porco – representando a gordura saturada – e para o segundo grupo, alimentos com doses extras de óleo de milho, ditos mais saudáveis.

O terceiro e último grupo seguiu uma dieta básica sem alteração, com a quantidade necessária para seu crescimento e desenvolvimento. “A ideia era realmente isolar a dieta do pai”, explica a cientista, que cruzou os roedores com fêmeas que não sofreram modificação alguma na rotina alimentar.

Inicialmente, a pesquisadora pensava que os dois grupos que estavam sob excesso de gordura teriam maiores chances de originar filhotes com algum tipo de câncer. Passado certo período, observou-se que apenas a prole feminina foi atingida, sendo que as do primeiro grupo tiveram maior interação tumoral e em 50 dias desenvolveram câncer de mama.

O professor Thomas Ong, orientador do projeto, acredita que embora a pesquisa tenha sido feita com animais, é possível observar que mudanças na alimentação são essenciais para homens e mulheres que tem a gravidez como plano. “Antes de engravidar, seria interessante que tanto a mulher como o homem se cuidassem mais. Hoje, esse papel fica muito mais restrito a elas”.

A descoberta, que recebeu Prêmio Tese Destaque da USP 2017 na área de Ciências Agrárias pode influenciar pesquisas com o novo enfoque. “Tanto homens como mulheres devem estar atentos aos hábitos de vida saudáveis e conscientes de que a má alimentação do presente repercute na saúde de gerações futuras”, alerta Camile.

Fonte: Revista Saúde


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